Você já presenciou ou ouviu falar de um acidente de trabalho? Infelizmente, situações como essa ainda são frequentes em diversos setores da economia brasileira, resultando não só em lesões corporais ou perturbações à saúde do trabalhador, mas também em graves consequências, como redução da capacidade para o trabalho, aposentadoria por invalidez, e, em casos extremos, a morte do colaborador.
Neste artigo, vamos explicar de forma clara e completa o que é um acidente de trabalho, seus principais tipos, as causas mais frequentes e os impactos que esse tipo de ocorrência pode gerar no exercício do trabalho e no ambiente profissional como um todo.
Além disso, vamos discutir por que grandes empresas, especialmente aquelas com estruturas mais complexas, costumam enfrentar maiores desafios na prevenção de acidentes de trabalho. Será que a pressão constante por lucros e produtividade contribui para esses riscos no local de trabalho?
Continue lendo e veja os temas que abordaremos com base em dados reais e estudos atualizados:
- O que é acidente de trabalho?
- O que causa um acidente de trabalho?
- 6 tipos de acidentes de trabalho mais comuns
- O que é um acidente com empilhadeira?
- Exemplos reais de acidentes com empilhadeira
- Tendência de acidentes no Brasil
- Como prevenir acidentes de trabalho com eficiência
O que é acidente de trabalho?
Um acidente de trabalho é definido como um evento inesperado e não planejado que ocorre durante o exercício do trabalho e que resulta em lesão corporal, redução da capacidade para o trabalho, ou até mesmo pode causar a morte do trabalhador. Além disso, pode haver danos à propriedade da empresa ou terceiros.
Segundo a OSHA (Occupational Safety and Health Administration), órgão regulador dos Estados Unidos, trata-se de um episódio que compromete a integridade física ou mental do trabalhador, exigindo medidas de controle e prevenção imediatas.
No Brasil, quem estabelece as diretrizes legais para esses casos é o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que classifica acidentes de trabalho como qualquer ocorrência que provoque lesão corporal ou perturbação funcional, permanente ou temporária, que comprometa a saúde e a segurança do colaborador.
Além disso, em determinadas situações mais graves — como caso de morte ou aposentadoria por invalidez — a legislação exige comunicar o acidente formalmente por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), documento essencial para fins legais e previdenciários.
Vale lembrar que acidentes de trabalho podem ocorrer tanto dentro do local de trabalho, como em deslocamentos a serviço da empresa, ou até mesmo em situações de exposição contínua a fatores de risco que resultam em uma doença ocupacional.
O que causa um acidente de trabalho?
Os acidentes de trabalho não acontecem por acaso. Eles são, em grande parte, resultado de uma combinação perigosa entre falhas humanas, ausência de políticas de segurança adequadas e pressões organizacionais por produtividade e lucro.
Apesar da existência de normas regulamentadoras e tecnologias para melhorar a segurança no local de trabalho, muitas empresas ainda enfrentam dificuldades em adotar sistemas eficazes sem elevar significativamente seus custos. Isso inclui investimentos em equipamentos de proteção individual, treinamentos contínuos e reforço da cultura de prevenção.
Um estudo conduzido pela Universidade de Harvard revelou dados preocupantes: as taxas de lesões e doenças ocupacionais aumentam de 5% a 15% quando as empresas apresentam crescimento no faturamento. O risco se intensifica ainda mais quando essas organizações estão prestes a superar ou perder previsões financeiras feitas por analistas de mercado.
Em outras palavras, quando o foco está em atingir metas financeiras, os colaboradores acabam sendo pressionados a trabalhar mais rápido, por mais horas, ou em condições precárias, muitas vezes ignorando protocolos de segurança. Isso pode causar desde lesão corporal e afastamentos temporários até situações extremas, como perda da capacidade para o trabalho ou até a morte do trabalhador.
Portanto, a origem dos acidentes de trabalho muitas vezes está associada não apenas a fatores técnicos ou operacionais, mas também ao modelo de gestão e às prioridades estratégicas da empresa — que podem colocar vidas em risco quando o fator humano é negligenciado.
6 tipos de acidentes de trabalho
1) Acidente de trânsito interno no ambiente de trabalho
No contexto da intralogística, onde há circulação constante de empilhadeiras, tratores industriais e outros veículos dentro de depósitos, armazéns ou fábricas, os acidentes de trânsito interno são uma das ocorrências mais perigosas. Esse tipo de acidente de trabalho pode resultar em lesões corporais graves, afastamentos prolongados ou até em perda da capacidade para o trabalho.
Entre os fatores que mais contribuem para esse tipo de ocorrência estão:
- Circulação desordenada de pedestres e veículos no mesmo espaço;
- Falta de sinalização clara em corredores e zonas de carga;
- Má visibilidade em áreas de manobra (pontos cegos);
- Ausência de treinamento específico para operadores;
- Fadiga ou desatenção durante o manuseio de equipamentos móveis;
- Veículos sem manutenção preventiva ou sistemas de segurança ativos.
Esse cenário é comum em operações com grande rotatividade e metas de produtividade agressivas, onde o tempo para cumprir tarefas é reduzido — o que pode levar à redução da atenção dos operadores e ao descuido com os protocolos de segurança.
✅ Boas práticas para prevenção:
- Separar claramente as rotas de pedestres e veículos;
- Implantar sensores de proximidade e câmeras de segurança nos equipamentos;
- Estabelecer pausas obrigatórias durante turnos extensos;
- Realizar inspeções frequentes nos veículos de transporte interno;
- Investir na formação contínua dos operadores de empilhadeira e tratores industriais.
Além de proteger a integridade física dos colaboradores, essas medidas ajudam a manter a regularidade das operações e reduzem o risco de doença ocupacional associada ao esforço físico repetitivo ou ao estresse em ambientes logísticos intensos.
2) Esforço físico excessivo
Entre os tipos mais frequentes de acidentes de trabalho, os relacionados ao esforço físico excessivo lideram as estatísticas. Eles ocorrem principalmente durante atividades de levantamento de peso, empurrar ou puxar objetos pesados, ou manter posturas inadequadas por períodos prolongados.
Esses acidentes resultam, na maioria das vezes, em lesões musculares, como distensões, entorses e sobrecargas nas articulações. São também causas comuns de afastamentos e da redução da capacidade para o trabalho, especialmente em setores como logística, construção civil, transporte e varejo.
Um exemplo típico é o de trabalhadores que carregam manualmente caixas, equipamentos ou cargas durante o descarregamento de caminhões, sem o auxílio de ferramentas adequadas ou sem orientação ergonômica. Em muitos casos, o corpo humano não está preparado para suportar o peso ou a repetição do movimento, o que leva ao comprometimento da saúde física.
✅ Formas de prevenção e controle:
- Uso obrigatório de carrinhos, paleteiras e exoesqueletos de apoio;
- Treinamentos sobre ergonomia e técnicas corretas de levantamento de carga;
- Avaliações regulares por profissionais de saúde ocupacional;
- Implementação de pausas programadas para evitar sobrecarga;
- Acompanhamento de queixas físicas por meio de perícia médica, quando necessário.
A longo prazo, esforços repetitivos podem resultar em doenças ocupacionais crônicas, como lesões por esforço repetitivo (LER) e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), além de aumentar o risco de aposentadoria por invalidez em casos mais graves.
3) Queda do funcionário no local de trabalho
As quedas de funcionários são um dos acidentes mais comuns e perigosos em diversos ambientes profissionais. Elas podem ocorrer em situações aparentemente simples, como escorregar ao descer uma escada, ou em cenários mais críticos, como despencar de andaimes, plataformas ou tratores em operação.
Esse tipo de acidente de trabalho pode gerar consequências graves, incluindo lesão corporal, fraturas, traumas na coluna ou na cabeça — e, nos casos mais extremos, a perda da capacidade para o trabalho ou até a morte.
As profissões com maior exposição ao risco incluem operários da construção civil, técnicos de manutenção em altura e operadores de máquinas pesadas. Quando esses trabalhadores não recebem equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados, como cintos de segurança, arneses, capacetes e sistemas de ancoragem, o perigo aumenta exponencialmente.
A Norma Regulamentadora 35 (NR-35) do Ministério do Trabalho define os requisitos obrigatórios para atividades realizadas em altura. Ela assegura que empresas forneçam treinamento, condições estruturais e dispositivos de proteção para preservar a integridade dos colaboradores.
Principais causas de quedas no ambiente de trabalho:
- Superfícies molhadas, escorregadias ou com obstáculos;
- Equipamentos em más condições de uso ou sem manutenção;
- Ausência ou uso incorreto de EPIs;
- Falta de sinalização adequada em áreas de risco;
- Improvisações inseguras em escadas, andaimes ou plataformas elevadas.
✅ Medidas preventivas essenciais:
- Inspeção rotineira das áreas de circulação e trabalho em altura;
- Treinamentos obrigatórios sobre segurança e uso correto dos EPIs;
- Implementação de sistemas de proteção coletiva (redes, grades, corrimãos);
- Cultura de segurança ativa no dia a dia da operação.
Além de proteger vidas, essas práticas ajudam a evitar ações judiciais, prejuízos operacionais e o desgaste físico e emocional de equipes envolvidas em acidentes de trabalho.
4) Escorregões e tropeções
Você provavelmente já viu a clássica imagem de alguém escorregando em uma casca de banana. No ambiente corporativo, embora a situação possa parecer cômica, escorregões e tropeções são uma causa muito séria de acidentes de trabalho, podendo resultar em lesões corporais que afetam diretamente a capacidade para o trabalho do colaborador.
Esse tipo de ocorrência é comum em escritórios, depósitos, hospitais, fábricas e até em áreas externas de circulação. Muitas vezes, é resultado de pequenas negligências no dia a dia que poderiam ser evitadas com práticas básicas de prevenção.
Causas comuns de escorregões e tropeções:
- Cabos e fios soltos no caminho;
- Superfícies molhadas ou irregulares;
- Pisos desgastados ou desnivelados;
- Iluminação inadequada em corredores ou áreas de acesso;
- Obstáculos inesperados no trajeto de circulação.
✅ Boas práticas para evitar esse tipo de acidente de trabalho:
- Limpeza imediata de líquidos derramados ou sujeiras que possam causar escorregões;
- Instalação de sinalização visível em áreas com riscos temporários (como pisos molhados);
- Organização constante do ambiente para eliminar objetos soltos no caminho;
- Garantia de iluminação adequada em todos os setores da empresa;
- Nivelamento e manutenção periódica dos pisos e passagens.
Embora pareçam pequenos, esses eventos podem desencadear problemas sérios como torções, fraturas e contusões. Em alguns casos, a recuperação pode levar semanas ou meses, com impacto direto na operação da empresa e na saúde física e mental do colaborador.
5) Queda de objetos
A queda de objetos é um dos acidentes de trabalho mais graves em ambientes como galpões logísticos, centros de distribuição, estoques elevados e canteiros de obras. Ela pode ocorrer tanto por negligência na organização quanto por falhas estruturais em sistemas de armazenagem ou máquinas em operação.
Situações comuns incluem produtos mal posicionados em prateleiras, ferramentas soltas em áreas elevadas ou peças de maquinário que se desprendem durante o uso. Esses acidentes podem causar lesões corporais sérias, incluindo traumatismos cranianos, fraturas e até mesmo casos de morte, especialmente quando o objeto cai de alturas consideráveis.
Em ambientes industriais, esse tipo de risco é ainda maior devido ao uso de gruas, empilhadeiras e estruturas metálicas suspensas. Em casos mais graves, a queda pode resultar em redução permanente da capacidade para o trabalho, dependendo do nível de comprometimento físico do trabalhador.
Principais causas da queda de objetos:
- Armazenamento incorreto de itens em locais elevados;
- Vibração de estruturas e prateleiras instáveis;
- Falta de fixação adequada de ferramentas e materiais;
- Ausência de sistemas de contenção (grades, redes, suportes);
- Má utilização de empilhadeiras e guindastes.
✅ Medidas de prevenção essenciais:
- Reorganizar estoques com critérios de estabilidade e segurança;
- Inspecionar regularmente prateleiras, plataformas e suportes;
- Utilizar barreiras físicas ou redes de proteção em áreas de risco;
- Estabelecer rotinas de checagem para ferramentas em altura;
- Fornecer e exigir o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) como capacetes e calçados de segurança.
Além da segurança física, a adoção dessas medidas transmite ao colaborador uma cultura organizacional voltada à prevenção de acidentes, aumentando a confiança e a sensação de proteção no local de trabalho.
6) Lesões por movimentação manual
As lesões por movimentação manual estão entre os acidentes de trabalho mais recorrentes, especialmente em setores operacionais e administrativos. Elas afetam diretamente a saúde musculoesquelética dos colaboradores e, muitas vezes, são classificadas como doenças ocupacionais devido à sua origem repetitiva e cumulativa.
Essas lesões ocorrem quando o trabalhador realiza tarefas que envolvem levantar, carregar, empurrar ou arrastar objetos pesados ou com formatos irregulares — muitas vezes em posturas inadequadas. Também são causadas por movimentos repetitivos de braços, pernas e costas durante o exercício do trabalho, sem pausas adequadas.
Danos frequentes envolvem articulações, músculos e tecidos moles, principalmente nas costas, ombros e membros superiores. Além do impacto físico, esse tipo de acidente também pode desencadear desgaste mental, especialmente em contextos de alta pressão, como:
- Cargas de trabalho excessivas;
- Prazos apertados e metas inalcançáveis;
- Falta de apoio mecânico para execução das tarefas.
Essas condições, quando persistentes, podem levar à redução progressiva da capacidade para o trabalho, afastamentos prolongados, e até resultar em aposentadoria por invalidez nos casos mais crônicos ou agravados.
✅ Como prevenir esse tipo de lesão:
- Fornecer equipamentos auxiliares como porta-paletes, talhas, transportadores ou empilhadeiras;
- Implantar programas de ginástica laboral e pausas ergonômicas;
- Realizar treinamentos regulares de segurança e ergonomia;
- Reorganizar as rotinas para evitar sobrecarga física e mental;
- Estimular a cultura de autocuidado e comunicação de desconfortos precoces.
Mesmo em áreas administrativas, movimentos repetitivos ao digitar, operar máquinas ou realizar tarefas com postura inadequada também podem causar lesões corporais significativas se não houver medidas preventivas ativas.
O que é acidente com empilhadeira?
A empilhadeira é um veículo automotor industrial utilizado para levantar, transportar e empilhar cargas pesadas em distâncias curtas. É uma ferramenta indispensável na logística interna, especialmente em centros de distribuição, pátios e almoxarifados. Com ela, o transporte de materiais se torna mais eficiente, agilizando o fluxo operacional.
Fisicamente, a empilhadeira possui garfos metálicos na parte frontal, substituindo com vantagem estruturas mais robustas como pontes rolantes e monovias. Seu uso otimiza recursos e reduz o esforço manual, mas o risco de acidentes de trabalho com esse tipo de máquina é significativo — principalmente quando operada sem os devidos cuidados e treinamentos.
Exemplos de acidentes com empilhadeira
Apesar de seu potencial para aumentar a produtividade, as empilhadeiras também estão envolvidas em acidentes graves, que podem provocar desde lesão corporal até morte no local de trabalho, se não forem seguidos os protocolos corretos de operação.
1) Tombamento da empilhadeira
O tombamento ocorre quando o operador realiza manobras arriscadas, como dirigir com carga elevada ou em alta velocidade. É importante destacar que empilhadeiras podem pesar até 10.000 kg — ou seja, são aproximadamente três vezes mais pesadas que um carro comum.
Além disso:
- Têm tração traseira, o que reduz a estabilidade em curvas;
- Os freios estão apenas na parte dianteira;
- A distribuição desigual de peso nas cargas aumenta o risco de capotamento.
Esse tipo de acidente pode causar ferimentos graves no operador e em terceiros próximos, resultando em redução da capacidade para o trabalho e, em casos extremos, aposentadoria por invalidez.
2) Atropelamento por empilhadeira
É comum em locais com trânsito interno desorganizado e falta de rotas separadas para pedestres e veículos. A visibilidade limitada da empilhadeira, principalmente em marcha ré, pode levar a acidentes com colegas de trabalho.
As lesões causadas por atropelamento com empilhadeira costumam ser graves, devido ao peso e à estrutura rígida da máquina. Muitas vezes, esses acidentes acontecem por falhas na supervisão ou ausência de sistemas de sinalização.
Soluções:
- Uso de sensores de proximidade e alertas sonoros;
- Separação clara entre áreas de circulação de veículos e pessoas;
- Treinamento constante da equipe sobre rotinas de segurança.
3) Colisão com estruturas de estocagem
Durante o empilhamento de materiais em prateleiras elevadas, é comum o operador perder a visão do ponto exato de encaixe do palete. Isso pode resultar em impactos nas estruturas de apoio da estante, causando:
- Queda de objetos;
- Instabilidade da empilhadeira;
- Danos ao estoque;
- Acidentes com trabalhadores próximos — podendo incluir casos de morte.
A colisão ainda pode comprometer o estoque armazenado, gerando prejuízos financeiros relevantes e interrupções nas atividades.
4) Colisão entre empilhadeiras ou com outros veículos
Em galpões com movimentação intensa, colisões entre empilhadeiras ou entre máquinas e estruturas são relativamente comuns. A principal causa é o excesso de velocidade ou a operação imprudente em áreas de tráfego intenso.
Além do risco de ferimentos graves, essas colisões comprometem equipamentos de alto custo e podem gerar interrupções na operação, além de passivos trabalhistas em caso de lesão corporal.
Medidas preventivas:
- Delimitação de rotas e instalação de espelhos convexos em pontos cegos.
- Controle rigoroso de velocidade;
- Monitoramento de áreas com tráfego cruzado;
Tendência de acidentes de trabalho no Brasil
Você sabia que o Brasil ocupa a 4ª posição mundial em número de acidentes de trabalho? A maioria dos casos ocorre em setores industriais, de transporte e logística — especialmente envolvendo operadores de máquinas e veículos, como empilhadeiras, tratores e caminhões.
De acordo com uma pesquisa do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, 37,1% dos acidentes registrados nesse segmento envolvem operadores de equipamentos motorizados. Essa estatística mostra o quanto é crítico implementar medidas de segurança eficazes no local de trabalho.
Veja a imagem abaixo que resume os dados retirados deste estudo:

Por que esses números são tão altos?
O Brasil é um país de dimensões continentais, com uma vasta rede logística e de transporte rodoviário, ferroviário e marítimo. Esse cenário aumenta consideravelmente o número de trabalhadores expostos a riscos físicos, mecânicos e operacionais em suas rotinas diárias.
Mortes por acidente de trabalho no Brasil
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que, entre 2012 e 2021, o Brasil registrou aproximadamente 23 mil mortes por acidentes de trabalho — o equivalente a uma média de 7 óbitos por dia.
Veja a evolução recente:
- 2021: 2.500 mortes — aumento de 30% em relação a 2020;
- 2023: 2.888 mortes registradas, segundo dados oficiais do eSocial.
Esses números mostram que, apesar dos avanços tecnológicos e da existência de normas regulamentadoras, ainda há grandes falhas na prevenção e no monitoramento de riscos ocupacionais.
Por que esses dados importam?
Além do impacto humano, os acidentes geram consequências financeiras e operacionais graves para empresas e para o sistema previdenciário. Em muitos casos, o desfecho é a concessão de aposentadoria por invalidez, afastamentos prolongados e perícia médica contínua para avaliação da condição do trabalhador.
Aura: tecnologia para a prevenção de acidentes de trabalho
A prevenção de acidentes de trabalho exige mais do que regras e treinamentos — exige inovação. É nesse cenário que surge o Aura, uma solução desenvolvida pela LogPyx para elevar a segurança em ambientes industriais e logísticos.
O Aura é um sistema inteligente de prevenção de acidentes, que atua de forma proativa para evitar colisões e atropelamentos causados pela movimentação de empilhadeiras, tratores e outros veículos industriais. Utilizando sensores de proximidade, comunicação por Ultra Wideband (UWB) e alertas visuais e sonoros em tempo real, o Aura detecta a presença de pedestres, veículos ou zonas de risco, alertando os operadores instantaneamente.
Essa tecnologia atua diretamente em um dos maiores causadores de acidentes de trabalho fatais no Brasil: a falta de visibilidade e controle em áreas compartilhadas por pessoas e máquinas. Com o Aura, as empresas não apenas reduzem o risco de acidentes de trabalho, mas também demonstram compromisso ativo com a saúde ocupacional e a vidas dos colaboradores.
Além disso, o sistema pode ser integrado com plataformas de gestão nas nunves para documentar ocorrências, apoiar auditorias e aperfeiçoar rotinas de segurança. A tecnologia da LogPyx torna o local de trabalho mais seguro, inteligente e eficiente, contribuindo para uma cultura de prevenção sólida e moderna.
A prevenção de acidentes no trabalho
Para reduzir os acidentes de trabalho, é fundamental que as empresas adotem uma abordagem sistemática e contínua de prevenção, começando antes mesmo da contratação de novos colaboradores. Isso significa investir em treinamentos de segurança, infraestrutura adequada e o cumprimento rigoroso das normas regulamentadoras.
Quando se trata de atividades com movimentação de materiais, como operação de empilhadeiras e transporte interno, o cuidado deve ser redobrado. A negligência nesses processos pode resultar em acidentes com consequências graves, como perda da capacidade para o trabalho, doença ocupacional ou até morte.
Passos essenciais para aumentar a segurança e reduzir os acidentes de trabalho:
- Exigir dos gestores o cumprimento do uso obrigatório de equipamentos de proteção individual (EPIs);
- Redobrar a atenção ao transitar por vias de circulação de veículos e máquinas;
- Implementar sinalização de segurança intensiva, incluindo:
- Sinalizadores luminosos e sonoros nas portas de acesso;
- Faixas de pedestres internas;
- Guarda-corpos em passarelas e plataformas;
- Promover treinamentos contínuos com operadores de empilhadeiras, preferencialmente por empresas especializadas;
- Realizar e documentar todas as manutenções preventivas e corretivas nos equipamentos;
- Emitir a ordem de serviço no primeiro dia de trabalho, orientando os novos funcionários sobre os riscos do setor.
A segurança no trabalho precisa ser mais do que um slogan: ela deve se tornar uma realidade diária e mensurável, com base em dados, tecnologia e compromisso humano.
Escrito por: Vitor Santos (Analista de marketing)